Cosmogramas, de Marcelo Ariel
Prefácio do autor
Escrito especialmente para a RUBRA CARTONEIRA EDITORIAL de Londrina, uma ideia-ressonância que foi materializada por Beatriz e Jesus Bajo. Este livro se divide em duas partes, na primeira chamada Cosmogramas estão os fragmentos de coisas que escrevi dentro do mangue de Cubatão, uma série profundamente inspirada na audição do disco COISAS de Moacir Santos, o que o Mestre Moacir chama de Coisas eu chamo de Cosmogramas, trata-se da mesma energia espiritual da natureza, que ele traduzia como música e eu ambiciosamente traduzo como textos. Não me interessa mais escrever poesia, é um campo infestado de egomaníacos sutis, me identifico profundamente com o que o grande Nicanor Parra quer dizer quando chama a si mesmo de ‘antipoeta’, escrevo uma coisa híbrida entre o poema e a meditação koan do Zen. Me interessa mais o koan do que o poema. Ainda não desenvolvi a elegância suprema de não assinar mais meus textos, a própria ideia de autoria é ridícula como os conceitos de pátria, fronteiras, nomes e etc. Sou como você, um covarde, e não possuo a coragem extraordinária de viver sem um nome. Me tornar eu mesmo uma Coisa, um Cosmograma vivo.
Marcelo Ariel
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